Faltavam 10 dias para o 3º aniversário do lançamento da PS3. 30 milhões de consolas vendidas depois e ainda não tinha visto nenhum jogo a mudar o panorama dos videojogos, como fizeram muitos outros na geração anterior.
Flashback: SSX (2000), Timesplitters (2000), GTA 3 (2001), Metal Gear Solid 2 (2001), Ico (2001), Rez (2001), Airblade (2001), Zone of The Enders (2001), Onimusha (2001), Red Faction (2001), NBA Street (2001), Gran Turismo 3 (2001), Silent Hill 2 (2001), Devil May Cry (2001), Burnout (2001), Half Life (2001, 1998 no PC), Max Payne (2001), Deus Ex (2002, 2000 no PC), Agressive Inline (2002), Stuntman (2002), Wipeout Fusion (2002), SOCOM (2002), Kingdom Hearts (2002), Tony Hawk's Pro Skater 4 (2002), Ratchet & Clank (2002), Medal of Honor: Frontline (2002), SSX 3 (2003), .hack//Infection (2003), The Getaway (2003), Splinter Cell (2003), Beyond Good & Evil (2003), Manhunt (2003), Need for Speed: Underground (2003), Prince of Persia: The Sands of Time (2003), True Crime: Streets of LA (2003), XIII (2003).
Pequena cronologia dos 3 primeiros anos de vida da PlayStation 2, A consola. Qualquer título destes mudou algo, todos têm uma característica especial que os diferencía, lhes dá personalidade. Muitos deles são mais do que uma pequena característica: são autênticos mundos de creatividade por parte de quem os criou. O que falta aos produtores de hoje? Porque são tão escassos os jogos verdadeiramente inovadores, imersivos, viciantes, perfeitos, refrescantes e, principalmente, com personalidade como os da lista acima? Se tivesse que enumerar bons jogos para a PS3 nascidos nestes 3 anos, faría uma lista de, com sorte, 10 títulos e, provavelmente, não trocaria a minha PS2 para os poder jogar. Falta-lhes a magia de outrora, a novidade, a imaginação. Só se fazem remakes, não literalmente, o que é pena. Para remakes preferia que fosse mesmo no sentido literal da palavra. Preferia jogar um remake de Tony Hawk 4 do que jogar o mais recente título da mesma série (Proving Ground) e ainda por cima avizinha-se um grande falhanço ou o melhor jogo de sempre: Ride, da mesma série, que vai apostar num periférico em forma de skate para jogar. Em termos de qualidade será ou 8 ou 80. Do mesmo género temos, esse sim um jogo inovador, Skate da EA. Skate apresenta uma jogabilidade diferente do que estávamos habituados pela série TH, um realismo rígido mas que rapidamente faz sentido. Porém, era completamente fazível na PS2. Justifica-se a mudança de geração?
Apenas um pequeno exemplo de declínio de qualidade numa série, podía ter escolhido muitos outros. Jogos PS3 de séries já conhecidas por jogadores dedicados temos Metal Gear Solid 4 que é o melhor jogo da consola, até agora, mas que é ultrapassado largamente pelo 2º título da série que já conta com 8 anos de vida; GTA 4 é um mundo interactivo cheio de coisas para fazer mas os 3 títulos da série na PS2 mostraram muito mais novidades e com um maior grau de qualidade; Resident Evil 5 é apenas um upgrade de Resi 4; Gran Turismo continua igual; Need For Speed: Shift apresenta agora uma novidade na série, mas demasiado batida por outros jogos. Apesar de tudo, é um conceito interessante, mas, mais uma vez, pior que títulos anteriores da série (que está em declínio desde Most Wanted) ; Colin McRae Dirt é o mesmo jogo de rally mas com gráficos ultra-realistas; Def Jam é uma franchise arruinada pelo título mais recente, assim como NBA Street e Fifa Street, todos títulos da EA; Killzone 2, um raro momento em que a série melhorou com a mudança de geração, mas a tarefa não era difícil; Burnout Paradise está uma porcaria de jogo.
Franchises exclusivos PS3 temos Mirror's Edge, que joga ambicioso mas falha na concretização; Assassin's Creed que concretiza bem mas tem muitas arestas por limar, apesar do conceito excelente; Dead Space que joga bem mas tira demasiadas ideias a Resi Evil 4; Bioshock é um excelente título mas mais dedicado ao PC; Motorstorm é um bom exclusivo PS3 mas peca pela falta de imersão, longevidade e elevada repetitividade; Heavenly Sword é razoável mas curto e pouco imaginativo.
Esclarecendo: a culpa não é da Sony nem da PS3. É uma consola excelente, um hardware potentíssimo, melhor que qualquer PC de secretária. Tem um grande potencial, podemos fazer qualquer coisa com ela. É também uma delicia para os olhos e é um orgulho tê-la. Pedem-se é títulos de qualidade, nomes que me façam apaixonar novamente por este mundo, me façam ficar a jogar um jogo uma tarde inteira, jogos que me façam jogá-lo até ao fim mais de 30 vezes como fiz com MGS2. Jogos que abalem uma indústria, como GTA 3. Peço uma sequela de SSX, mas se for para arruinar estejam quietos.